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terça-feira, 30 de setembro de 2014

As razões de Rosalba para apoiar a ‘companheira’ Fátima Apoio declarado de governadora à "adversária" é substrato de uma vingança e não de preferência


Terça-Feira - 30/09/2014 



Toma-lá-dá-cá



Muitos webleitores perguntam via Internet e em encontros pessoais com o editor desta página, o que representa o apoio de Rosalba Ciarlini (DEM) à candidatura ao Senado da deputada federal Fátima Bezerra (PT).

Vamos lá!

Eis o que penso:

Fátima e Rosalba: conveniência que interessa a ambas (Foto: autoria não identificada)

Quem disputa um mandato eletivo não é “doido” de desprezar votos. Fátima não é mentecapta.

Rosalba está soterrada por uma reprovação administrativa que passa dos 80% no estado. Em Natal, deve estar beirando ou ultrapassando os 90%.

Em Mossoró, seu berço político e cidadela, é a maior eleitora. Continua sendo a mais influente. Triste de quem desconhecer, hoje, essa verdade.

Nas últimas pesquisas que vi há pouco mais de duas semanas, estava com reprovação administrativa da ordem de 52 pontos percentuais.

Mas a aprovação passava dos 40 pontos percentuais. Em nenhum outro lugar do estado, ela tem tamanho índice de endosso.

Seu nome talvez não influencie uma eleição caseira em Tibau, onde tem residência de frente para o mar.

Vindita

Porém, em Mossoró, continua com força e pode recuperar fôlego, sobretudo em face da gestão municipal do prefeito Francisco José Júnior (PSD). Como o prefeito “Silveira” vai se portar administrativamente pós-eleições, dirá muito do que Rosalba será adiante na política paroquial.

Dar um aditivo à vitória praticamente já certa de Fátima em Mossoró, é uma ponta de vingança da “Rosa” contra aqueles que considera seus algozes. Recorre ao sempre providencial “complexo de transferência de culpa”.

Na verdade, o voto que Rosalba revelou pela primeira vez de público ontem, em Mossoró (veja AQUI), não é por afinidade ideológica, consciência política ou mesmo gratidão.

É substrato de vingança. Parte de um sentimento menor – sem um pingo de altivez ou espírito público elevado.

DERROTAR Wilma de Faria (PSB), impor fracasso ao ex-líder José Agripino (DEM) e testemunhar o desabamento eleitoral de Henrique Alves (PMDB) fazem parte de um coquetel que ela despeja goela abaixo de seus seguidores. É uma vindita que Rosalba preparou em centrífuga pessoal, acionada para moer gente e candidaturas.

Fátima é um mal menor. Robinson Faria (PSD), candidato a governador, que ela ainda não anunciou publicamente mas estimula voto em conversas com aliados, também possui o mesmo formato, conforme seus olhos vítreos e valores.

Os dois não se falam, não possuem afinidades e desde outubro de 2011, ainda no primeiro ano de seu Governo, que estão rompidos politicamente.

Com Fátima há alguma diferença no voto e apoio. Há um toma-lá-dá-cá que se formalizou.

As duas andaram conversando furtivamente (veja AQUI), antes do desfecho público do apoio. Trocaram figurinhas em julho deste ano, no início da campanha estadual.


Rosalba enaltece Wilma como governadora: era conveniente (Foto: reprodução)

Daí em diante, as mobilizações organizadas de entidades sindicais do funcionalismo estadual, contra a Rosa, foram aplacadas. O “Fora, Rosalba” foi banido da pauta sindical. Acampamentos no Centro Administrativo, passeatas e protestos nas redes sociais ficaram no passado.

Nem a ampliação nas agruras salariais do servidor estadual alterou esse diapasão. Nem a possibilidade iminente de mais atraso do pagamento do décimo-terceiro dos “barnabés” e novos solavancos na Saúde Pública exumaram a fúria sindicalista.

Wilma no passado

Em Mossoró, portanto, Fátima passa a contar com um reforço que deve lhe garantir boa dianteira em relação à Wilma.

No estado, com pouco tempo de propagação do anúncio, tende a sofrer alguma perda até às eleições. Creio, porém, que com efeito muito residual.

É provável que a proclamação de voto da Rosa deva ter sido calculada sob esse prisma. Medido para atrapalhar menos e ser “mortal” em Mossoró.

O que era “impossível” e que causou tantos extremismos, de parte a parte, agora tem o vigor da conveniência. Como já foi conveniente para a própria Rosa, um pouco mais atrás no tempo, ser aliada de Wilma.

Tratou-a como a melhor governadora para Mossoró quando essa completou apenas dez meses de gestão (2003) – veja foto com manchete reveladora, d´O Jornal de Hoje, em outubro daquele ano. Era conveniente.

Agora, faz sentido ser Fátima – sua companheira.

A preferência se sustenta numa “coerência enviesada”, espécie de aliança tática – ou pontual, como queira. Cada uma é útil a outra.

E o eleitor serve a ambas.

É isso.

* “Rosalba sinaliza com apoio à Fátima Bezerra ao Senado” – destacou o Blog Carlos Santos no dia 24 de março deste ano, bem antes da campanha eleitoral. Veja AQUI.



Fonte: Carlos Santos

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